GUITARRISTA DA SHADOWSIDE FALA DO CORINTHIANS

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A Heavy Metal And Sports entrevistou o guitarrista Raphael Mattos da banda brasileira Shadowside para saber um pouco sobre sua paixão pelo futebol e pelo Corinthians e o que ele acha do momento vivido pelo seu time.

Entrevistador: Rod Lima

Você é corintiano e como corintiano deve estar mais do que satisfeito com o seu time. Mas acha que tem como melhorar ou é só continuar como esta?

Raphael Mattos: Acho que sempre tem como melhorar. Penso que necessitamos de um zagueiro canhoto, pois não tivemos um desde a saída de Leandro Cástan e penso que o Paulo André, que é quem exerce essa função atualmente, tem muita dificuldade, principalmente na saída de bola, para atuar como quarto zagueiro, por ele ser destro. A contusão de Renato Augusto atrapalhou um pouco a evolução do time ofensivamente, pois o Corinthians em seu maior nível utilizava dois meias armadores, um de cada lado, com Danilo e Alex, e o Tite certamente gostaria de manter esse esquema tático, e nesse ano enquanto Renato Augusto atuava, vimos o melhor Corinthians da temporada.

Sua paixão pelo Corinthians foi passada pelo seu pai ou você é a ovelha negra da família?

Raphael Mattos: Sim, meu pai me influenciou muito a ser corintiano. Diz ele que quando nasci a primeira coisa que ele fez foi me embrulhar numa coberta com emblema do clube. Mas posso dizer que realmente me tornei apaixonado pelo Corinthians em 90 quando conquistamos o Campeonato Brasileiro. Aquele foi um ano de Copa do Mundo e mesmo com a seleção brasileira indo mal, eu me tornei um fã de futebol e comecei a criar uma outra paixão que era o futebol internacional. Neste período, me encantei com a posição de goleiro e virei fã de dois: Ronaldo (Corinthians) e Bodo Ilgner, da seleção alemã.

Existe algum momento que você acha que vai levar para sempre em sua memória?

Raphael Mattos: Nossa! Tem vários! Mas o mais recente do Mundial de Clubes foi também um dos mais marcantes. Lembro que estava fazendo a turnê do Nordeste com a Shadowside e estava em um hotel em São Luis e naquele dia não consegui dormir, estava muito ansioso. Mas tudo ocorreu bem e, no momento do gol, eu acredito ter acordado o hotel inteiro inclusive o Fabio Buitividas que dividia o quarto comigo. Na verdade, eu tenho uma mania que é de socar alguma porta quando ou meu time sai de um sufoco ou quando toma um gol, já nem tenho mais guarda roupas no meu quarto porque sempre acabo por destruir as portas. E claro que minha euforia foi a mesma e deixa a marca do meu punho na porta do quarto do hotel.

Outro momento interessante foi durante uma tour pela Espanha. Tínhamos acabado de nos apresentar e assim que chegamos ao hotel, entrei na internet para saber o resultado da final da Copa do Brasil. Assim que abri o site, vi a manchete do Corinthians campeão, sai correndo pelo corredor, gritando “é campeão”. O problema é que já era bem de madrugada e acordei todos os hospedes. (risos)

Todo jogador diz que entrar em campo e ver a torcida gritando e te apoiando é algo mágico. Uma torcida de futebol e o publico de heavy metal podem ser comparado? A paixão dos dois chega a ser parecida para você?

Raphael Mattos: Certamente, quem toca sabe que o publico faz diferença. Você se inspira quando vê a galera curtindo seu show, não tem nada mais gratificante para um músico como quando o publico canta sua música. Acho que essa sensação se mistura com a de um atleta indo a campo e vendo sua torcida empurrando do começo ao fim.

Você gosta de ir ao estádio quanto tem algum tempo livre sem shows?

Raphael Mattos: Confesso que gostaria de ir mais, mas vários fatores me impedem de ir ao estádio. Primeiro é que eu sou um pé frio danado, poucas foram as vezes que fui ao estádio e poucas foram as vezes que sai feliz dele. Outra é o fator oportunidade. Normalmente, os jogos são de quarta e domingo, péssimos dias para mim, pois além de tocar na Shadowside, eu trabalho como músico da noite e esses são dias que normalmente tenho evento.

O Corinthians perdeu mais uma decisão contra o Boca Juniors. Como você viu esse péssimo resultado, acabando com o sonho de participar de mais um Mundial?

Raphael Mattos: Esse time do Boca me pareceu mais fraco em comparação ao do ano passado. Apesar de termos jogado mal no primeiro jogo, eu acreditava que o Corinthians fosse passar, mesmo que com um pouco de emoção. O Corinthians está passando por um momento difícil principalmente por conte de lesões, vide que Danilo está jogando no sacrifício e Douglas está vindo de um bom tempo parado, e sem contar com Renato Augusto e agora sem Jorge Henrique. Péssimos resultados acontecem...

O assessor de imprensa da Shadowside, Costábile Salzano Jr., é palmeirense fanático. Vocês trocam muitas brincadeiras durante as turnês ou é tanta correria com entrevistas e shows que acaba não dando tempo?

Raphael Mattos: Mas é claro, principalmente pelo atual estado do time dele! Mas o Costábile é palmeirense de mentira! Até antes da conquista na Copa do Brasil, ele dizia que não torcia para time algum aqui no Brasil, somente para a Juventus de Turim, e que um dia torceu para o Palmeiras quando era mais novo. Mas com esse troféu do time dele, digamos que ele voltou a ser palmeirense. Ele só não contava com a queda para a Série B. Agora para não ficar feio, ele continua torcedor do verdinho, pelo menos por enquanto (risos). No entanto, durante esta última tour com Helloween e Gamma Ray, eu, ele e o Fabio Carito vivíamos conversando sobre jogadores bizarros que vestiram a camisa do Timão.

Agora eu gostaria de fazer um tipo de tabelinha com você, perguntas e respostas rápidas:

Momento de maior alegria como torcedor?

Raphael Mattos: Libertadores 2012

Momento de maior tristeza?

Raphael Mattos: Por incrível que pareça não foi a queda para a segundona, mas a derrota nos pênaltis na Libertadores contra o time de verde também doeu.

Ídolo?

Raphael Mattos: Como fui goleiro quando mais novo, sempre tive o Ronaldo como ídolo, mesmo reconhecendo que o Dida foi melhor.

Maior jogador que já viu?

Raphael Mattos: Bom, fora do Corinthians, foi o Zidane, mas o Messi está chegando lá, basta apenas uma Copa do Mundo em seu curriculo. Já no Corinthians, foi aquele meio ano do Ronaldo Fenômeno.

Uma palavra ou frase que você possa definir o Corinthians e a Shadowside para você?

Raphael Mattos: Sofrimento. (risos) garra e determinação também são outras palavras que se aplicam bem a ambos.

Raphael, obrigado pela entrevista e parabéns pela recente turnê com o Helloween e o Gamma Ray pela Europa.

Raphael Mattos: Obrigado a vocês, pessoal! Adorei a entrevista!

Rodrigo Lima

Admin

Estudante de jornalismo, apreciador de esportes e fãs de heavy metal. Juntando o desejo profissional, com essas duas paixões, criei o blog Metal Sports para transmitir informações sobre essas duas grandes áreas que unem diversas pessoas.

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